domingo, 25 de outubro de 2009

Blue Cheer

Dias desses, estava eu passeando pela rede quando deparei-me com um vídeo de um grupo do qual eu já havia me esquecido: Blue Cheer (foi num blog amigo que, diabos, esqueci o nome). No vídeo, eles interpretavam um dos temas de rock'n'roll que eu mais curto: Summertime blues (também foi gravado pelo grupo The Who, aqui postado).

O disco que eu possuía era justamente o que trazia esse tema na faixa 1 do lado A. O nome da obra-prima: Vincebus Eruptum, gravado em 1968. O power trio norte americano reunia Leigh Stephens (guitarra), Dick Peterson (baixo e voz) e Paul Whaley (bateria). A curiosidade maior (pelo menos para mim) é que eles gravaram um tema - Parchman farm - do pianista de jazz Mose Allison, que compôs alguns blues bastante interessantes. O som é pesadaço, como deve ser.

Deixarei duas faixas ali no podcast.

O link: here

domingo, 18 de outubro de 2009

Lynyrd Skynyrd

Volto ao esplêndido berço. Pensei em abandonar a tarefa de administrar esse blog - sinto-me velho demais para o rock'n'roll, mas, pensei (lembrando de um antigo disco), ainda estou jovem para morrer. Aumentem o volume, pois.


Não me lembro qual foi o primeiro lp do Lynyrd Skynyrd que eu comprei. Na verdade, eu tive dois. Logo depois, a banda desapareceu em um acidente com avião. Não sei se eles fizeram mais do que isso. O som da rapaziada é caracteristicamente sulista: aquela mistura country, blues e rock'n'roll. Muitas guitarras e riffs bem cuidados logo conquistaram o público dos anos setenta. O sucesso mais conhecido é Sweet home Alabama, uma citação do hit Sweet home Chicago, de Robert Johnson. Creio que existe um documentário sobre o grupo - Free bird - cujo título é um sucesso gravado postumamente.


Sem mais delongas, curtam alguma coisa ali no podcast.


Encontrei uma caixa (com tudo do grupo) na rede. O link: Avax

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Frank Zappa

Meu computador foi atropelado por uma virose que algum espírito de porco se encarregou de criar. Daí a demora para um novo post. Demora que será recompensada pela presença de um dos músicos mais criativos do universo pop: Frank Zappa.

Lembro-me que comprei um fita k7, em meados dos anos setenta, de um show no Filmore (não me lembro se east ou west). O show pareceu-me bastante teatral, performático, com muito texto carregado de ironias sobre o american way of life. Ligando a verborragia estava uma banda de primeira linha, pouco comum para o universo pop. Curti bastante essa fita.

Já no final dos setenta, eu encontrei um disco muito doido: Grand Wazoo (de 1972). A banda é enorme: 21 músicos passeiam por temas sempre delirantes, mesclando jazz e rock'n'roll. O exército montado, de acordo com o divertido encarte, visa enfrentar as hordas da mediocridade que ameaçam a vida de todos. Viagem das boas.

Ouçam ali no podcast.

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domingo, 30 de agosto de 2009

How the west was won


O meu cinqüentenário foi bem comemorado. Na terça passada, participei de uma das melhores sessões de jazz dos últimos tempos (pelo menos para mim). Na quinta, toquei um pouco de blues com a moçada do Sunrise (grupo de Vitória). No sábado, fui assistir Thales e seus amigos tocarem músicas do Led Zeppelin (foto dir.) no teachers pub. Tudo regado com vários tipos de uvas de diversas partes do mundo e, vez e outra, culminando em bons momentos em boa e doce companhia. Para encerrar, hoje, daqui a pouco, irei à casa do meu amigo Danilo tocar um pouco de mpb. Mesmo assim, lá longe no horizonte da alma, acena-me uma leve melancolia. Tá bom não, muquirana? Sim, sim, o problema é: quando acontecerá de novo? Nunca mais. Como nesse blog, o que resta são reminiscências.
Parece que não há mais surpresas no mundinho cão. Surpresa, espanto mesmo, como aquela que tive quando deparei-me com outro compacto simples que meu irmão mais velho trouxe da capital. O som da afiada e aguda voz em companhia de uma guitarra lancinante, mais um baixo e uma bateria que troavam como as patas dos cavalos das hordas apocalípticas. Aquele som mais pesado que chumbo me fez flutuar: Led Zeppelin. No disco, de um lado tinha Black dog, do outro Rock'n'roll. Creio que foi aí que meus pentelhos e meus cabelos começaram a crescer.

Led Zeppelin seria o primeiro post para esse blog. Aguardei uma cópia do disco que Bernardo me apresentou durante uma sessão de bons vinhos em sua casa: How the west was won, gravado ao vivo, em 1972, quando a banda estava em seu auge. Esse disco me agradou bastante e foi inspiração direta para iniciar os trabalhos aqui nesse sítio. As versões dos clássicos zeppelinianos estão irrepreensíveis, com uma pegada forte como há muito não ouvia. O disco não veio. Continuei esperando até não poder mais adiar. Enfim, consegui encontrar o danado na rede e deixarei aí para vocês se esbaldarem.

Ouçam ali no podcast.

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domingo, 23 de agosto de 2009

Os vikings chegaram!!! Os vikings chegaram!!!

"Como se pronuncia os nomes desses caras?" - essa foi a primeira coisa que veio à minha cabeça ante a chapação causada pela audição do disco Moving waves, de 1971. Os músicos eram Thijs van Leer, Jan Akkerman, Cyriel Havermans e Pierre Van der Linden. O grupo era o Focus. Os vikings, enfim, estavam invadindo a minha praia.

Agradou-me o lirismo da flauta pilotada por van Leer (confiram em Janis), que, em contraponto com a guitarra de Akkerman e com a cozinha, resultou num som envolvente e forte. Divertidíssima é Hocus pocus, hit avassalador desse disco. Em Focus II, a guitarra de Jan Akkerman é o carro chefe - límpida e afiada como uma navalha. O lado b do lp é dominado por uma, digamos, suíte intitulada Eruption. Nela, o pedal de volume da guitarra, na introdução, produz um som que se casa perfeitamente com o órgão (aos cuidados de van Leer) - aqui o som está bem próximo daquele produzido pelo trio Emerson, Lake & Palmer. Todos os movimentos dessa peça são bem articulados, mostrando a grande coesão musical do grupo.

Ouçam duas faixas ali no podcast.

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Déjà vu

Ainda mergulhado nas águas woodstockianas, não posso deixar de comentar sobre um quarteto que ouvi pra caramba: Crosby, Stills, Nash & Young. Eles também passaram por Woodstock cantarolando seus rockinhos rurais.

O primeiro disco que eu comprei foi o Déjà vu, gravado em 1970, um ano após o festivo festival. A capa foi inspiração para o disco do trio brasileiro Sá, Rodrix e Guarabira, que abraçou a causa/estilo e nos legou pelo menos dois bons discos (talvez, um dia desses, eu comente sobre isso).

Retornemos ao CSN&Y. As principais característica do quarteto são as vozes bem arranjadas, depois vêm as guitarras com aquela sonoridade tosca e, para mim, o melhor de tudo: a voz de Neil Young. Seu peculiar timbre quase soprano encontra um similar nacional: Beto Guedes (podem conferir).

O disco que vos trago é, para mim, o melhor do grupo. Curto da primeira à última faixa. É um daqueles discos que conseguem um raro nível de equilíbrio em todas as passagens. Lembro-me que elegi Almost cut my hair um hino para minha - na época - ainda basta cabeleira. Eu a deixarei ali no podcast ao lado da crônica musical - Woodstock - composta por Joni Mitchell em homenagem ao histórico evento.

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Richie Havens

Essa semana woodstockiana fez-me lembrar de uma figura exótica que, com vários dentes ausentes de sua boca, subiu ao palco com seu violão e sapecou algumas canções de protesto. Richie Havens - seu nome permite-nos brincar entre céu e corvos ou com corvos no céu. Negro, voz possante, embalou a multidão com uma apaixonada apresentação. A sua versão de Sometimes I feel like a motherless child (aqui sob o título Freedom) é um dos momentos comoventes daquele histórico evento. Assista aí o filme:


Ao mexer no velho baú, eu encontrei o disco Mixed bag, gravado em 1967. Nesse lp, Havens segue sua verve country/protesto. Vocês poderão ouvir uma boa versão com de Just like a woman (de Dylan). Curiosa também é a versão de Eleanor Rigby, da dupla Lennon e McCartney. Havens engrossa o livro de músicos que engrandecem o cancioneiro pop mais engajado. Ele, Dylan, Baez, Cohen (já postei algo desse canadense), Young formam um time que vale a pena conferir.

Ouçam ali no podcast.

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