O rock'n'roll dos anos sessenta e setenta produziu algumas coisas curiosas. A rapaziada entrava numas de experimentar coisas esquisitas, tipo misturar música erudita e jazz com o pop. Muitas bandas fizeram isso. Uma delas foi a Blood, Sweat & Tears.
Eu tenho um disco cujo título é o nome da banda, lançado em 1969, que é uma suruba danada de sons: erudito, jazz, funk, rock'n'roll. Na faixa Smiling phases, por exemplo, vocês encontrarão um pouco de cada uma dessas coisas. Os meninos não queriam nem saber, mandavam o som. O bom é que o resultado não ficou ruim. Guitarras, naipes de sopros, piano, baixo, batera e vozes funcionaram bem.
O grupo iniciou em 67 e contava com o trompetista Randy Brecker (irmão do Michael), figura de primeira linha do jazz contemporâneo. Mas isso durou pouco. O antigo band leader, Al Kooper, foi defenestrado e, junto, Randy sartou fora. O disco que eu possuo é o segundo, já com outra formação (a liderança ficou por conta de Steve Katz e Bobby Colomby) e com roupagem mais pop, mas ainda com traços do jazz (a inclusão de God bless the child, de Billie Holiday, denuncia isso) e com o erudito: eles brincam com passagens de Erik Satie.
O grande hit desse disco é a canção Spinning wheel, que ajudou o grupo a faturar o Grammy. Vocês poderão curtir os três temas citados ali no podcast.
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