Quando os pentelhos e sovaquelhos ainda se anunciavam (a molecada, ingênua sobre as irritações da vida, costumava raspar o saco para a pentelhada crescer mais rápido), eu ouvi uma banda riponga por excelência: Traffic. Ouvia porque os mais velhos ouviam - Eu não gostava (e ainda não gosto) da cítara que os músicos dos anos sessenta insistiam em incluir em seus discos, e o Traffic não fugia à regra. Muito chato, aquilo. Chato a kilo. A flauta, outra mania riponga, ainda dava para encarar. Mas isso é efeito da busca pela terra sem males, do nirvana, movido a muito alucinógeno e papo sem pé nem cabeça dos gurus indianos.
Bem, eu ouvi um monte de coisa de Steve Winwood, Dave Mason (o responsável pelas guitarras e - saco! - a tal da cítara que, graças aos céus, não é muito usada), Jim Capaldi e Chris Wood, o quarteto básico que formava a banda que, vez e outra incluia mais uma leva de gente. Esclareço que nem tudo era assim tão chato como eu disse acima. Achava curioso e estranho a predominância de teclados e sax numa banda de rock'n'roll. Hoje, ao reouvi-los, acho-os mais ingênuos (musicalmente) do que a molecada que raspava os pentelhos - ingênuos, mas com uma passionalidade que já não existe mais. Não daquele modo. Hoje, o papo é outro, a paixão tem outra cara... Hmmm..., Alguém há de questionar isso?
Voltemos ao grupo:
Entre os disco que sobreviveram ao tempo e às limpezas da minha estante estão Mr. Fantasy, de 1967, Traffic, de 1968, e Last exit, de 1969, e Heaven is on your mind (também de 1969). Deixarei uma seleção ali no podcast.
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