quinta-feira, 25 de junho de 2009

Three Man Army




Retorno ao velho rock'n'roll para apresentar-lhes mais uma banda de breve vida: Three man army, power trio inglês mais conhecido na cena underground. O grupo era formado basicamente pelos irmãos brothers Adrian e Paul Gurvitz (g, v & b) e mais bateristas - foram vários que por ali passaram. O primeiro disco, A third of life time (1971), contou com o baterista Mike Kellie, ex- Spooky Tooth (banda que merecerá post em breve) e com o auxílio luxuoso de Buddy Miles, que encarou baixo, bateria e órgão.


O grupo ainda lançou uns três discos, sem alcançar grande sucesso de público (apesar do reconhecimento pela crítica por suas performances ao vivo). Eu tenho Three Army II (1974) e Mahesha (1971), discos de sonoridade interessante, com bons solos de guitarra, base precisa e bateria voluptuosa (como deve ser em power trios) pilotada por Tony Newman, que já trabalhara com Jeff Beck e David Bowie. Dizem por aí que o fracasso de público levou a banda ao fim, mas os irmãos brothers prosseguiram fazendo som com o grande Ginger Baker, mas isso é história para outro post.

Ouçam ali no podcast.

Links: Here & There

sábado, 20 de junho de 2009

Acende um Camel aí

Ouvir rock'n'roll é, para mim, remexer o baú da memória. O som "progressivo" do Pink Floyd fez-me lembrar de vários outros grupos que povoaram minha discoteca durante algum tempo. Um deles foi o Camel, banda inglesa que conheci na segunda metade dos anos setenta. É uma banda underrated, pouco conhecida do grande público.



De fato, a sua importância para mim é menos musical do que sentimental. O disco Moon madness não é melhor do que outras do gênero, acho até que, nesse disco, a pretensão ultrapassa o resultado final. São temas que, como outros, seguem aquela estrutura erudita (suítes) de vários movimentos com alterações rítmicas e coisa e tal (coisa que alguns metaleiros também fazem). Tudo no disco é de muito fácil digestão (o que não deixa de ser bom): harmonias, melodias e rítmos, Mas, como já disse, o que valeu para mim foi o aspecto sentimental: namoradinha nova e cheio de lirismo, fui presa fácil para as baladinhas defendidas pelo guitarrista e flutista Andy Latimer mais o baterista Andy Ward, o baixista Doug Ferguson e o tecladista Peter Bardens.


Comovido e envolvido pela juvenil paixão, acabei comprando o lp anterior, The snow goose, o terceiro do grupo e considerado pelos aficcionados como o melhor produzido pelo Camel. O disco foi inspirado no conto de mesmo título escrito por Paul Gallico, em 1941. Destaque-se que também nesse disco o grupo não é excessivamente cerebral. O resultado é interessante e, acredito eu, agradará os chegados no prog rock.


Ouçam ali no podcast.


Links: Here & There

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Meddle


Titubeei antes de entrar na seara do tal "rock progressivo". Ouvi pouco disso. Comecei com o disco The dark side of the moon, do Pink Floyd. Aquele monte de efeitos sonoros arrebatou meu ingênuo e infantil coração. Mas o disco que eu curti mesmo foi outro. Pouco badalado, até. Não, não é nada do período do malucão Syd Barret. Em seu lugar, a guitarra que soava era a de David Gilmour, firmando-se como uma nova liderança do grupo.

O disco que me seduziu foi Meddle, de 1971. Gosto de quase tudo ali: da melodias, do timbre da guitarra, das letras - curto bastante o clima jazzy, bon vivant & blasée de San Tropez. Aliás, esse tema é um dos que eu gostaria de tocar com meus amigos jazzistas. O que dizer do contraponto feito pelo cão em Seamus? Eis um blues bom pra cachorro. Echoes, faixa tão longa que se divide em duas, é uma viagem e tanto (na edição que eu fiz para postar no podcast, limei algumas passagens "puro efeito" - perdoem-me os fãs). Esse é um dos lps que eu ouvi até furar.

Ouçam uma versão reduzida de Echoes e San Tropez ali no podcast

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