Um certo dia do iniciozinho dos anos setenta, meu irmão mais velho adentrou nossa casa com sua vasta cabeleira e com alguns discos nas mãos. O meu velho pai já havia se dobrado ao costume dos longos cabelos e desistira de expulsá-lo de casa. Estávamos em tempos de paz, para alegria de todos. Pois bem, entre os compactos e lps haviam dois cuja sonoridade achei sui generis. Falarei de um deles (o outro fica para depois).
O primeiro compacto simples (pra quem não sabe, trata-se de um disco de vinil, com uma faixa de cada lado) era do trio de prog rock Emerson, Lake & Palmer. As duas faixas eram From the beginning e Living sin, que fazem parte do lp Trilogy. Eu gostava bastante do modo como Keith Emerson pilotava seus teclados - a sua formação erudita pesou bastante nos caminhos trilhados pelo trio. Considero-o o melhor pianista do universo pop. O som que ele também tirava de seu Hammond tornou-se rapidamente sua assinatura. Quem o ouve uma vez, não deixa de reconhecê-lo na segunda. Aliás, o som do trio tem personalidade própria. Greg Lake, encarregado dos vocais, baixo e guitarras, também é de uma precisão ímpar nesse cenário. Carl Palmer, com sua enorme bateria cheia de peças, parece um rolo compressor.
Deixarei no podcast as duas faixas do compacto e mais outra (The sheriff) que fez bastante sucesso entre os que curtiam o estilo.
O link: here
8 comentários:
Mr. Salsa,
É a primeira vez que visito a sua segunda casa virtual - também sou um ex-quase-mais ou menos-roqueiro, embora nunca tenha sido grande fã do progressivo (minha pria está mais prá Led, Hendrix e Stones).
Mas vou vir aqui com freqüência.
Pergunto: como você consegue levar adiante dois blogues? Tem algum "ghost writer"?
Abração!!!
rs
Não meu, velho, não tenho nenhum fantasminha camarada me ajudando. Repare que meus textos são curtos (um dos seus vale por três dos meus). Outro fator: estou com um emprego a menos.
Por falar nisso: não tem nenhuma faculdade aí em São Luís precisando de professor de literatura e/ou psicologia?
Cara seria muito bom tê-lo por aqui.
Tem várias faculdades de letras por aqui e em pelo menos uma tem um curso de psicologia - o coordenador é um conhecido meu, o Alfredo Barbetta.
Se quiser posso tentar ver alguma coisa - aí teremos o quarteto do Salsa atuando pelas noites ludovicenses.
Abs.
Estou muito interessado em mudar de ares. Gostaria, sim.
Caro Salsa,
Vou checar quais as faculdades de letras estão funcionando em São Luís e a de Psicologia do CEUMA.
Te dou um retorno na segunda, pois não estou em São Luís (estou em Imperatriz, felizmente minha remoção para Pinheiro saiu e esta é a minha última semana aqui - a cidade é boa, mas muito distante de São Luís).
Abração!!!!
Cara, eu briguei com Carl Palmer.
Isso foi entre 1990 e 93 no máximo.
Posso me orgulhar dessa cena patética.
Fazia eu um piloto para o 1º programa de esportes de ação, parapentes, bicicross, hafting essas coisas da televisão brasileira - Aventur, era o nome - quando os Asia, um misto baba de King Crimson com ELP estiveram no Rio. Eu tinha um passe livre qualquer no Canecão e fui lá com a câmera na mão e a idéia na cabeça, quando um segurança me levou a câmera no meio do show. Tentei explicar pro cara mas resumindo, acabei tendo q ir buscar a câmera, claro, emprestada, num hotel na Av. Atlânica nas mãos de adivinha quem? Pois é. Eu com meu inglishnhol, enrolado assim, só me lembro, pra encurtar o causo q, quando comecei a ficar puto com a arrogancia do Palmer em desacreditar na história do piloto do programa... Expliquei q filmava um pedacinho do show para os jovens saberem quem era o grande Carl Palmer em ação, já q ninguém mais o conhecia. Enfim, consegui q ele me devolvesse a câmera e perdi toda a vontade de entrevistá-lo e essa é toda a história.
Mas curto muito mesmo é o Tarkus.
É bom explicar q a entrevista seria sobre consciência ecológica. Claro, o rock, super a ver com esportes de ação etc, etc... Mas é a mais pura verdade tbm q já em 93 a garotada da época não tinha a menor idéia mais de quem era Carl Palmer. Infim.
Grande Érico,
Qualquer coisa eu mando o curriculum.
Sérgio,
Tarkus foi o disco que eu comprei alguns anos depois. A cena do show deve ter sido puro stress. Ainda bem que você conseguiu a câmera de volta.
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