Titubeei um pouco antes de postar esse comentário. Por dois motivos: o 1° é por achar que o som não é rock'n'roll (a linguagem musical é mais folk) e, 2°, e mais importante, por achar que Leonard Cohen merece mais do que um simples comentário. Ele merece um estudo mais aprofundado, algo que eu não estou muito disposto a fazer.
Justifico a minha opinião: Cohen é um dos poucos do universo pop (nem sei se deveria incluí-lo nesse rol) que sabem escrever. Suas letras não são meras letras para músicas, são poemas que merecem ser lidos, independentemente da música, que é algo, a meu ouvir, secundário em sua produção.
Nos quarenta e pouco anos de estrada (ainda está em atividade), ele produziu um número significativo de bons trabalhos, que merecem ser visitados. O primeiro disco que eu tive em mãos foi o Song of love and hate, que infelizmente se perdeu. Na época (o disco foi gravado em 71), eu achei bastante estranho. Só depois, lá pelo final da década de 70, eu comecei a apreciar mais o som do poeta canadense. Atraiu-me o clima de seus versos, marcados por boa dose de erotismo, pessimismo e ironia. Ao abordar os dilemas políticos que transbordavam naquele momento, não o fazia sem ser contundente. As coisas da paixão nunca eram menos que intensas. O cotidiano, sempre patético, não passa incólume à pena do visceral poeta. Isso tudo é servido com uma certa melancolia, que também encontramos em figuras como Dylan e Lou Reed.
Vocês poderão ouvir Diamonds in the mine ali no podcast.
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