
O cisma ocorrido no
Cream, como vimos no post anterior, produziu efeitos curiosos. Os três rapazes de alma indômita -
Clapton,
Bruce e
Baker - queriam experimentar novos caminhos, novas formas de expressar suas sensibilidades musicais.
Jack Bruce e
Ginger Baker, pelo que parece, queriam se arriscar mais do que
Clapton, e não se furtaram a trabalhar propostas musicais mais, digamos, herméticas.
Ginger Baker, o baterista, gostava (e ainda gosta) do tal do jazz. Obviamente, na época, 1969/70, o discurso era a fusão jazz/rock. Foi por aí que o camarada se enveredou e, em 1970, lançou o Ginger Baker's Air Force. Essa foi a tentativa que sucedeu o Blind Faith. A base do grupo reunia três quartos desse grupo: Baker, Winwood e Grech. Além desses, havia mais um monte de músicos encarregados da alquimia musical.

O resultado sonoro traz, em alguns momentos, algo similar ao bom maluco
Zappa (confiram
Early in the morning). O som é permeado por uma guitarra frenética e distorcida (
Denny Lane), violino (
Grech - encarregado também do baixo), sopros (
Wood, McNair e
Bound) e os cambau a quatro. Obviamente,
Baker deita e rola em suas performances (a gravação é ao vivo) - em algumas faixas os solos de bateria são quilométricos. Essa reunião sonora durou exatos dois lps:
Air Force 1 e
2.
A rapaziada que é chegada em momentos históricos do rock'n'roll tem aqui um bom exemplo. Vale a conferida.
Ouçam no podcast.