Esse papo de "glam rock", segundo o meu amigo Vinhas, é coisa para o terceiro sexo. Eu discordarei. Prefiro pensar a androginia dos anos sessenta e setenta como uma forma de chutar o balde dos tabus que existiam na sociedade - e ainda existem: o fato é que um cai, surge outro. Um exemplinho: antes, o povaréu não podia tocar no assunto sexo, hoje, o povaréu é obrigado a falar. Enfim, a repressão continua a existir. Essa é uma discussão e tanto, que melhor ficaria lá no blog do Grijó. Aqui, ater-me-ei à música.
Um disco antológico, lançado em 72, dedicado à marginália urbana (junks, putas e bichas), foi o Transformer, do proto-punk Lou Reed. Esse disco tem uma linguagem musical próxima daquela encontrada no disco do T. Rex, mas a abordagem é muito mais forte, com letras carregadas de ironia e sarcasmo. Lou contou com a assessoria do maluco David Bowie para dar umas pinceladas glam nesse trabalho, mas o glamour aqui não é mera purpurina, viadagem de vitrine. Lou Reed, como seu olhar um tanto pessimista, criou alguns espinhos que arranharam bastante o moralismo norte-americano da época.
Deixarei dois hits desse lp ali no podcast: Vicious e Walk on the wild side.
O link: Here!
2 comentários:
Pô, Salsa, não sacaneia. Não foi bem assim. O fato é que existe, nessa linha glam, um monte de porcaria. Como em qq linha.
O termo glam não me incomoda não. O T.Rex e o Roxy Music (dos 70s) foram duas das melhores representantes do gênero. Era o rock mais elegante que havia, então pq não dizer, glamouroso?...
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